Foz do Iguaçu sediou entre os dias 19 a 22 de novembro os Jogos Paraolímpicos oficiais do Governo do Estado do Paraná, mais conhecido como o PARAJAPS. Nesta 11ª Edição, aproximadamente dois mil atletas, de 49 municípios paranaenses, estiveram participando em diversas categorias sendo considerado o maior número de paratletas desde a sua criação.
A canoagem foi uma das responsáveis por esse aumento substancial de atletas, pois ao inserir o Dragon Boat junto à Paracanoagem o número de aproximadamente 40 atletas na 10ª Edição que aconteceu na Cidade de Londrina, passou a 117 paracanoístas em Foz do Iguaçu. Mesmo sendo modalidade de apresentação, o Dragon Boat, sem dúvida, foi um dos grandes destaques desta Edição e estiveram presentes 3 grandes Clubes representando as Cidades de Foz do Iguaçu, Curitiba e Londrina.
DRAGON BOAT
Embarcação de 15 metros de cumprimento por 1 de largura, pesando em torno de 250 kg, o gigante da canoagem é conduzido por um time de 22 atletas, vítimas de câncer de mama. Essas mulheres fantásticas protagonizaram competições inesquecíveis que jamais serão esquecidas pelas participantes ou pelos familiares que compareceram em grande número para assistir e torcer.
As atletas que tiveram a honra de representarem a Cidade de Foz do Iguaçu, na primeira Edição do PARAJAPS com a disciplina do Dragon Boat, entrando de vez na história, foram:
· Antonia Salete Savaris
· Arali Maria Campos
· Clarice Simão
· Cleide Januario de Matos
· Dirlei Cavallari Eidt
· Elisabete Aparecida Alves Rosa
· Janaína Fabro Bovo
· Jane Lucia Bianchi Fazolo
· Leonice Alexandre Pinto
· Lisiane Pommer
· Lourdes Salete Constâncio
· Lucimari Risden Zanatta
· Marcia Denise Luliano Souza
· Maria Aparecida Vensceslau
· Maria de Fátima Miguel
· Maria Ivonete da Costa Pavan
· Regyna Maura de Castro Santos
· Rose Mary Rosseto
· Soelo Sonia Binna
· Vanderleia Demarqui Pereira
· Vanessa Silvestre Teixeira Awad
· Zeli Efigenia Santos de Sales
As meninas adoraram a experiência competitiva, ainda mais próximas aos seus familiares. Ao agradecer a Federação Paranaense de Canoagem pelo esforço em colocar a disciplina nos Jogos Oficiais do Estado, a atleta Kemeli Zaghi Cavalcante disse:
“Muita gratidão de todas nós pelo esforço que vocês fizeram para colocar o Dragon Boat nos Jogos Paralímpicos do Paraná. Vocês não têm ideia do quanto isso é importante para as pessoas que passam ou passaram por esse mal que é o câncer de mama. Eterna GRATIDÃO para todos vocês que trabalharam incansavelmente por nós”.
A capitã do time, Regyna Maura, ratifica dizendo:
“Nossa equipe treinou muito com o Guto, Angel, Carol e com todas as pessoas que se prontificaram a nos auxiliar. Somos gratas de coração a cada um que de uma forma ou outra nos auxiliou nessa jornada e à Itaipu Binacional que nos brindou com esse importante projeto o qual estamos utilizando para alavancar a bandeira da prevenção ao câncer de mama. Não posso deixar de agradecer a Prefeitura Municipal e ao Iate Clube Lago de Itaipu, que são dois grandes parceiros e nos permitiram alcançar o resultado de CAMPEÃS do Parajaps 2023. Que venham mais Jogos como esses que estaremos ainda mais treinadas”.
PARACANOAGEM
Além das mulheres vítimas de câncer, participaram também os paratletas do Instituto Meninos do Lago representando o Município de Foz do Iguaçu. O grande destaque dessa competição para o Município foi Jorge Luiz de Souza que ganhou medalha de ouro na categoria VL1 200 metros e bronze no KL1 200 metros.
Outros dois paracanoístas ganharam medalhas para Foz do Iguaçu: Valeriano Silvério da Silva Neto, bronze na categoria VL2 200 metros e Patrícia Aparecida da Silva, prata na categoria VL2 200 metros. Com as quatro medalhas, Foz do Iguaçu acabou ficando na terceira colocação, atrás apenas de Curitiba e Londrina.
Participaram do Time de Paracanoagem por Foz do Iguaçu os seguintes atletas do Instituto Meninos do Lago:
· Clodoaldo Aparecido da Silva
· Diego Pereira da Silva
· Isac Alves Cardoso
· Jorge Luiz de Souza
· Lair Dias da Silva
· Maria Aparecida Venceslau
· Patricia Aparecida da Silva
· Valeriano Silvério da Silva Neto
Bastante emocionado após as conquistas Jorge foi enfático ao agradecer o apoio de todos:
“Eu sabia que era capaz de subir ao pódio, não consegui treinar da forma que gostaria, mas o que deu para fazer eu fiz. Hoje estou ciente de que sou capaz de muito mais, pois quero treinar muito mais do que treinei para essa competição. Posso ser o melhor do Brasil e um dos principais paratletas do mundo, desde que eu consiga treinar diariamente para isso e os meus treinadores me acompanhem nessa jornada”.
EQUIPE TÉCNICA
Angel Cardoso Sanchez até que tentou esconder as lágrimas a cada chegada de seus atletas onde fez questão de acompanhá-los pela margem do Lago Superior. O grande problema que enfrentou para ninguém ver o choro é que na equipe de arbitragem tinha muita “traíra”, e a cada chegada ficavam uns três ou quatro só filmando ele.
“Nossa, já participei de centenas de eventos, mas esse, sem dúvida, foi o mais emocionante para mim. Ver as meninas remando como nunca o Dragon Boat. Batendo o recorde delas mesmas, foi realmente incrível. Depois ainda o Jorge e os demais atletas da paracanoagem que também superaram a falta de treinos constantes e conquistaram resultados pouco esperados por todos, surpreendendo muitos Clubes do Paraná”.
Para o fisioterapeuta e responsável por ambas as equipes Luiz Augusto Mazine dos Santos o evento foi a consagração de um grande trabalho que está apenas engatinhando:
“Quando começamos com a paracanoagem e o dragon boat em Foz, nossa intenção era formar grandes cidadãos dando oportunidade da prática de um esporte praticamente impossível de ser praticado, principalmente pelas camadas mais necessitadas da sociedade, porém a infraestrutura apresentada pela Itaipu Binacional, com o apoio da Prefeitura Municipal e do Iate Clube Lago de Itaipu, mostrou que a canoagem serve não só como apoio motivacional e físico, como também é possível sim pensarmos na transformação de uma vida muitas vezes sedentária em verdadeiros atletas competitivos. Isso hoje ficou comprovado”.