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Meninos do Lago ganham ouro para o Brasil em provas por equipes no Pan-Americano

12/03/2012

 Fonte: JIE (Jornal da Itaipu Eletrônico)

12/03/2012 | 08h59

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os atletas do projeto Meninos do Lago, mantido pela Itaipu e pela Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), bateram as equipes dos Estados Unidos e do Canadá e conquistaram o ouro para o Brasil em duas modalidades no Pan-Americano de Canoagem Slalom, que terminou neste domingo, no Canal Itaipu, em Foz do Iguaçu. Os garotos foram campeões nas categorias canoa e caiaque simples em equipes, em que participam três atletas ao mesmo tempo. No sábado, a atleta Ana Sátila, de 17 anos, venceu no caiaque simples e garantiu a vaga olímpica.
       

Uma das equipes da canoa simples masculino. Brasil superou canadenses e norte-americanos.

           
Na categoria canoa simples masculino por equipes, o Brasil foi campeão com Cássio Petry, Charles Corrêa e o iguaçuense Leonardo Cussel, de 17 anos, que está há três anos no projeto Meninos do Lago. “Foi uma prova bem competitiva, um campeonato de alto nível. Ganhei bastante experiência e agora espero o mundial júnior”, afirmou Cussel. Segundo ele, os treinamentos no Canal Itaipu foram fundamentais para a boa classificação. As equipes canadense e americana ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente.
          


No caiaque simples masculino por equipe, deu Brasil com Pepê, Ricardo Taques e João Machado.    

             
No caiaque simples por equipe, também deu Brasil, com Ricardo Martins Taques, João Machado e Pedro Henrique da Silva. Natural de Tomazina, PR, João Machado tem 26 anos e está desde o início do projeto Meninos do Lago, em Foz do Iguaçu. “É um prazer ser campeão, ainda mais em casa”, afirmou. Completam o pódio o Canadá e a Argentina – outras duas equipes brasileiras fizeram melhor tempo, mas, pelas regras do campeonato, o pódio tem que ser formado por três países diferentes.
           

Cássio Petry, Charles Corrêa e o "menino do lago" Leonardo Cussel, de 17 anos, venceram na equipe das canoas simples masculina.

         
Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, os bons resultados dos Meninos do Lago e de todos os atletas da Seleção Brasileira Permanente de Canoagem são motivo de orgulho. Ele visitou a seleção no segundo dia de provas, no sábado, e avaliou a parceria entre Itaipu e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), patrocinadoras da equipe. “Pela primeira vez na história, o BNDES fez este tipo de patrocínio”, disse Samek. “Isso pode abrir portas para outros esportes também serem beneficiados”.
          

No sábado, Samek fez uma visita à concentração da seleção brasileira. Gilmar Piolla, Joel de Lima e o presidente da CBCa, João Tomazini Schwertner, também prestigiaram os atletas.

       
O superintendente de Comunicação Social de Itaipu, Gilmar Piolla, também parabenizou os Meninos do Lago e a seleção brasileira pelo bom desempenho. “Com os resultados no Pan-Americano, o Brasil surge como nova potência na canoagem slalom das Américas”, afirmou.
        
Para a coordenadora do Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente (PPCA) de Itaipu, Mirtha Baez, melhor que as medalhas no Pan-Americano são as lições de solidariedade e disciplina que os jovens recebem no Projeto. “Não queremos atletas de ouro apenas nas corredeiras, mas na vida, para que se tornem adultos responsáveis”, completou.
       

Batuque brasileiro. Além de competirem, os atletas da seleção brasileira torciam toda vez que um colega entreva na água.

       
O projeto Meninos do Lago reúne cerca de cem jovens carentes dos bairros Vila C e Porto Meira, na periferia de Foz do Iguaçu. A proposta é trabalhar a inclusão por meio do esporte e preparar os jovens para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Os jovens treinam diariamente no Canal Itaipu. O projeto é mantido pela Itaipu, por meio do PPCA, e pela Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa).
             

Cerca de 40 escoteiros dos grupos Guairacá e Cataratas participaram do evento. Eles foram convidados para fazer o hasteamento das bandeiras. Na foto, a atleta campeão Ana Sátila.

      
Promovido pela CBCa, o Pan-Americano tem patrocínio da Itaipu Binacional e do BNDES. Atletas de dez países competiram no Canal Itaipu, que fica dentro da usina hidrelétrica, entre 9 e 11 de março. Em paralelo ao Pan, aconteceu o Open Itaipu, com a participação das seleções convidadas da Espanha e da República Tcheca.

       

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Choro de alegria, choro de tristeza
        
O Pan-Americano de Canoagem Slalom teve choros de alegria, mas também de tristeza. No sábado, a atleta Ana Sátila não conteve as lágrimas após ganhar o ouro e a vaga para Olimpíada de Londres na categoria caiaque feminino. “Sempre treinei pensando na vitória e consegui. Este é o momento mais importante da minha vida”, disse a atleta logo que saiu da água e foi ovacionada pelos colegas da Seleção Brasileira Permanente de Canoagem. “Quando passei pela última baliza, já sabia que a vaga era minha”, concluiu.
           

Ana Sátila conseguiu a única vaga brasileira no Pan-Americano.

          
Mas no caiaque masculino, no domingo, o choro foi de tristeza. Grande sensação do campeonato, o jovem Pedro Henrique Gonçalves da Silva, o Pepê, ficou mero 0,13 segundo atrás do veterano canadense David Ford, 44 anos de idade e quatro Olimpíadas no currículo. Pepê tocou na penúltima baliza, o que lhe acrescentou dois segundos no tempo final, e perdeu a vaga.
          

O jovem Pepê lamentou a perda da vaga olímpica. "Agora é esperar mais quatro anos".

           
“Já sabia que seria difícil ganhar a prova depois de ter feito a falta”, disse após saber do resultado e ainda com o rosto cheio de lágrimas. “Trabalhei muito duro para isso e foi tudo embora. Agora é esperar mais quatro anos para a Olimpíada do Rio de Janeiro”.
          

Pepê: 0,13 segundo o separou do sonho olímpico.

     
Pepê terminou a prova em 90,70 segundos, mas, com a falta, acabou ficando com 92,70 segundos. O campeão David Ford concluiu sem nenhuma falta com 92,57. Apenas 0,13 segundo mais rápido. O terceiro melhor tempo foi do brasileiro Ricardo Martins Taques, com 93,07 segundo – até a sexta posição só deu Brasil e Canadá, mas, como o pódio deve ser completo por três atletas de países diferentes, o argentino Matias Cordeiro, que teve o sétimo melhor tempo, ficou com o bronze do Pan-Americano.
           

Na canoa dupla, Brasil foi prata
            
Os atletas Cássio Petry e Charles Corrêa lamentam um toque na baliza 14 e o atraso na largada, que lhe renderam segundos preciosos e o sonho Olímpico na canoa em dupla, prova disputada no sábado. Eles terminaram na segunda posição, com o tempo de 109,29 segundos, atrás dos norte-americanos Larimer e Hurd (107,13 seg). “É nosso primeiro campeonato juntos, estamos treinando desde janeiro”, disse Charles. “O objetivo era a vaga Olímpica, mas bola pra frente. Agora vamos pensar no mundial”, completou Cássio.

           

Encontro de gerações: Charles, 17 anos, e Cássio, 33, ficaram com a prata na canoa em dupla.

     
Na canoa simples, deu Estados Unidos
                  

Na outra vaga olímpica definida no domingo, na canoa simples masculino, a batalha foi entre canadenses e norte-americanos. O ouro no Pan e a vaga olímpica ficaram para Benn Fraker dos Estados Unidos, que fez a prova em 92,50 segundos. “É a terceira vez que venho competir neste canal e estou treinando há duas semanas aqui, isso ajudou muito”, afirmou o americano que competiu na Olimpíada de Pequim 2008.

      
A prata foi para outro americano, Casey Eichfeld. O terceiro melhor tempo foi do canadense Cameron Smedley, mas o bronze do Pan, de novo pelas regras do campeonato, foi para o argentino Rossi Sebastian, quarto melhor tempo.
            
Duas vezes Ana Sátila
    
A prova de canoa simples feminino não valia vaga para a Olimpíada, mas Ana Sátila não quis nem saber: com o tempo de 134,44 segundos, ela venceu e levou mais uma medalha de ouro do Pan-Americano para casa. Seu próximo compromisso é dia 18 de março. Ana e a comissão técnica vão a Londres reconhecer o canal em que ela que vai competir no caiaque simples nos Jogos Olímpicos.
         


Ana Sátila: ouro no caiaque e ouro na canoa.     

              
A nova canoagem brasileira
      
Para o técnico da Seleção Brasileira Permanente de Canoagem, o italiano Ettore Ivaldi, Ana Sátila vai a Londres com a obrigação de representar bem o País. Mas ele reconhece que o verdadeiro projeto são os Jogos Olímpicos Rio de Janeiro 2016. “Nós queremos chegar à Olimpíada não com um, mas com quatro ou cinco atletas em alto nível”, diz. Ettore elogia o projeto da seleção brasileira e o Projeto Meninos do Lago, de Itaipu. “Em meus 25 anos de treinador eu nunca vi um trabalho tão bem estruturado. Ele trabalha do zero até chegar ao nível olímpico”, define.
         

O treinador italiano Ettore Ivaldi, da seleção brasileira, destacou a preocupação com a vida dos jovens mesmo fora da canoagem. "Nunca vi um projeto como este".

         
O treinador também destaca a preocupação com os jovens atletas que continuam fazendo faculdade e tendo uma vida estudantil. “Não podemos exigir de meninos de 15 a 20 anos que se dediquem unicamente ao esporte. Canoagem não é como o futebol, que pode formar milionários”, diz. Ele cita exemplos dos jovens atletas que cursam faculdades de Educação Física e Fisioterapia nas universidades de Foz do Iguaçu e poderão continuar trabalhando no esporte mesmo depois de se aposentarem.
        
Para o superintendente da Confederação Brasileira de Canoagem, Argos Rodrigues, os resultados do Pan-Americano foram excepcionais para o País. “O Brasil cresceu muito, pode perguntar para americanos e canadenses e eles vão  confirmar que vai ser difícil segurar o Brasil nos próximos anos”. Ele destaca a parceria com Itaipu, que cedeu o canal para os treinamentos, e o BNDES pelo investimento na seleção brasileira.

 

Admin | Projeto Meninos do Lago