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Encerrou-se no último dia 15, na encantadora Cidade de Três Coroas, berço da Canoagem Slalom no Brasil, a 1ª Etapa da Copa Brasil 2019 que contou com a participação de 107 atletas dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Mato Grosso.

Mais uma vez o Instituto Meninos do Lago fez bonito vencendo nas duas divisões oficiais, mas o que mais chamou a atenção dessa vez não foram os resultados gerais, mas sim os individuais de alguns atletas iniciantes que participaram da segunda divisão e que merecem atenção especial como bem frisou a treinadora Mayara Cordeiro:

“Este ano começamos aplicar uma nova e inédita metodologia de ensino, definindo e batizando os fundamentos os quais reputamos em Foz do Iguaçu como sendo os principais dentro da modalidade de Canoagem Slalom. Aqui em Três Coroas a competição está servindo como avaliação da metodologia aplicada e, sem muito tempo para analisar os números, já deu para perceber flagrante evolução dos atletas mais novos”

Um desses destaques é a Daniela Sofia, atleta de apenas 14 anos de idade, que fez o melhor tempo do C1 Feminino no geral e se estivesse participando junto aos homens entre todas as categorias de idade, teria terminado em segundo lugar, perdendo apenas para um atleta júnior da Cidade de Piraju que foi dois segundos mais rápido.

“Eu gostei muito da minha participação aqui, acho que fiz duas boas descidas praticamente com o mesmo tempo, tendo cometido apenas uma falta na segunda descida. Antes eu fazia muita falta, agora parei de fazer pelo menos aqui onde o rio é mais fraco, quero ver amanhã se consigo repetir esse bom desempenho”.

Além de remar bem no C1, ela também dominou o feminino no K1, sendo a melhor atleta no geral. Sua irmã mais nova também não deixou barato para os adversários, com apenas 11 anos de idade a Milena Sofia venceu nas categorias C1 e K1 infantil (até 12 anos) assim como fez o outro talento que começa a despontar Gerson Oliveira Júnior, de 9 anos, que é fera tanto no K1 quanto no C1 e retornou para Foz com duas medalhas de ouro.

Para fechar os grandes destaques da segunda divisão, Gabriel Henrique de Genaro, 14 anos de idade, fez o segundo melhor tempo entre todas as categorias. Com 58,63 segundos na categoria K1MME que lhe rendou a medalha de ouro, ficou atrás apenas do K1MJR Vitor de Souza Pinto, de Três Coroas, que conseguiu o tempo de 56,91 segundos.

Na divisão oficial, onde participam os principais atletas do País, alguns resultados também despertaram a atenção de todos. Por exemplo, Lucas Machado Louzada, na categoria K1, com 17 anos, ficou a 7,5% do melhor barco da prova no geral. A Confederação Brasileira de Canoagem possui um gráfico que analisa os principais atletas do circuito desde o ano de 2002, sempre com base no melhor tempo geral da prova, conforme esclarece Argos Gonçalves Dias Rodrigues, coordenador do Projeto Meninos do Lago.

“Se o Lucas conseguir manter essa média de 7% do melhor barco da prova, ele estará ingressando no seleto time dos melhores canoístas da história recente da canoagem slalom brasileira, pois apenas os atletas Pedro Henrique Gonçalves (3,83%)  e Guilherme Schena Dias Rodrigues (6,51%) conseguiram a proeza de ficar abaixo de 8% de média anual do melhor barco com essa idade”.

Outro atleta que começa a se destacar é o canoísta de C1 Edmar Queiroz de Borba, 16 anos, que também conseguiu a proeza de ficar a 20,77% do melhor barco da prova. Segundo os mesmos estudos da CBCa, essa marca é bastante significativa para uma C1 Masculina com essa idade. Se conseguir manter essa média, só perderá para o talentoso Gustavo Selbach Júnior que no ano de 2000, quando completou 16 anos de idade, terminou o calendário com a média de 13,71% do melhor barco. Todos os principais atletas do Ranking ficaram com média acima do Borba com essa idade.

A matemática sugere que esses dois atletas têm grandes chances para estarem entre os principais do Circuito Nacional já para o próximo ciclo olímpico e estarão brigando para disputar Paris 2024. Evidentemente isso somente vai acontecer se levarem a sério também os estudos, pois ambos estão cientes que o principal valor cobrado não é a medalha, tampouco a participação internacional, mas sim a educação no sentido mais amplo da palavra.