Empregados de Itaipu que utilizam barcos nas atividades profissionais saíram um pouco da rotina, neste mês de novembro, para aprender e apurar técnicas de marinharia e salvatagem. O curso foi ministrado pelo Corpo de Bombeiros de Itaipu, com apoio da Divisão de Desenvolvimento de Recursos Humanos (RHDD.AD) e da Divisão de Engenharia de Segurança do Trabalho (RHSS.AD). A atividade faz parte de um programa mais amplo de Segurança com Embarcações.
Participaram 28 alunos, de diferentes áreas da empresa, divididos em três turmas. A coordenação foi dos colegas Luciano de Almeida Tristão e Marcelo Cezar Leichtweis (SEOC.AD).
Para quem não está acostumado com esses termos, técnicas de marinharia se referem a tudo o que acontece dentro de um barco – como conduzir, se movimentar, amarrar a embarcação, as responsabilidades de cada tripulante, entre outras. Só participaram deste treinamento colegas com habilitação para pilotar embarcações.
Salvatagem é o conjunto de técnicas e equipamentos para o salvamento em casos de emergência ou naufrágio. “Por exemplo, como utilizar as boias de salvamento, o jeito certo para lançar essas boias na água, como fazer a aproximação do local do acidente, como retirar uma vítima da água e até mesmo o uso correto do colete salva-vidas”, enumera Luciano.
Durante três dias, as turmas passaram por aulas teóricas e atividades práticas na piscina, no reservatório e no Rio Paraná, a jusante da barragem. Também recebeu um treinamento com remos, no Canal da Piracema, com o apoio do pessoal da canoagem. Não é para menos: se o motor do barco falhar, será necessário recorrer ao remo para continuar navegando.
Segundo Luciano Tristão, cada procedimento tem uma técnica apropriada. E o ambiente também interfere na ação. “Se estou no lago, vou ter que trabalhar muito mais com o vento e com as marolas; se estou no rio, a preocupação são as correntezas”, exemplifica. “Por isso, no rio, vou sempre me aproximar contra a correnteza e a vítima vai derivar, ou seja, vai deslizar na água em direção ao barco.”
O último dia de curso, no Portinho do Refúgio Biológico Bela Vista, foi dedicado a simulação de situações reais – incluindo eventos mais complexos, como retirar da água mais de uma pessoa, de um mesmo acidente, e o socorro a vítimas inconscientes. Pular na água para fazer o resgate é uma decisão pessoal e exige preparo, enfatiza Tristão. “A pessoa tem que estar segura para fazer o resgate.”
Marcelo Leichtweis disse que o curso é a sequência de outro feito em outubro, de primeiros socorros, com ênfase em atendimento a vítimas de animais peçonhentos (como cobras e aranhas). “Muitas das técnicas que eles aprenderam no mês passado (no curso de primeiros socorros), eles aplicaram hoje”, comentou. “Porque quando você remove a vítima para o barco, o atendimento continua”, salienta.
Mais segurança
Lotado no escritório de Santa Helena, onde atua com gestão de bacias hidrográficas, Seno Leopoldo Anton (ODRA.CD) disse que a partir de agora vai encarar a água de um jeito diferente. “A gente fez o curso de piloto de embarcação, mas não tinha conhecimento na área de savatagem. Então esse curso nos deu uma visão melhor sobre essas questões”, disse, dando como exemplo o uso correto do colete salva-vidas. “Nós usamos os equipamentos de proteção individual, mas não tínhamos plena confiança do equipamento. Agora temos confiança, sabemos que eles realmente funcionam.”
Integrante da equipe responsável por monitorar a qualidade da água do reservatório, Cristiane Fiorentin Dotto Veiga (MARR.CD) também já tinha habilitação para pilotar embarcação, porém, foi a primeira experiência com salvatagem. “Eu achei muito importante. Nós estamos fazendo exercícios práticos com a roupa que usamos no trabalho, com o barco que a gente utiliza, e com as pessoas que a gente trabalha. Assim, podemos nos colocar em situações adversas que realmente poderiam acontecer”, complementa.
A mesma avaliação tem o colega paraguaio Elio Emanuel Romero Lopez (OPSH.DT), que faz serviços de batimetria tanto no reservatório, como a jusante do Rio Paraná e em afluentes, como os rios Ivaí e Piquiri. “Esse é um curso que traz segurança para nós e para a equipe. Porque sempre trabalhamos em equipe e temos que estar tranquilos”, aponta. “Até agora nunca aconteceu nada. Mas é importante que a gente esteja preparado se um dia acontecer.”
Veja mais fotos das atividades
Sequência mostra resgate de vítima, aproveitando a correnteza do rio. Fotos: Rubens Fraulini.
Para pular na água em ação de salvamento, é preciso que a pessoa esteja treinada e segura. Foto: Rubens Fraulini.
Natação em equipe no rio foi um dos tópicos abordados pelos instrutores. Foto: Rubens Fraulini.
No Parque da Piracema, grupo teve a ajuda importante da equipe de canoagem. Se o motor falhar, sobra o remo. Foto: Sara Cheida.
Ainda no Parque da Piracema foi possível treinar técnicas com o bote inflável. Foto: Sara Cheida.
Da esquerda para direita, Elio Emanuel Romero Lopez (OPSH.DT), Cristiane Fiorentin Dotto Veiga (MARR.CD) e Seno Leopoldo Anton (ODRA.CD).
Vítima incosciente na água é uma das ações mais sensíveis de resgate - e que exigem mais cuidado. Foto: Rubens Fraulini.
Confira fotos feitas pelo colega Edino Krug (ODRA.CD):