Depois de três meses de muitos treinos e tomadas de tempo, o Capivara Cup 2023 chegou ao fim neste dia 26 de agosto. Houve a participação de 33 atletas de Foz do Iguaçu entre iniciantes e da primeira divisão. No período de junho a agosto foram tomados 2.653 tempos dos atletas em cinco pistas diferentes. Segundo as regras do campeonato, todo atleta tinha direito de tomar quantos tempos quisesse na mesma pista participando no K1 e na C1, ou se preferissem, em apenas uma embarcação. O grande problema é que ambas as embarcações pontuariam para os atletas.
Dessa forma, o atleta que optou em pegar tempo em apenas um barco (K1 ou C1) ficou em desvantagem, pois ficou com zero ponto em uma delas. Para a professora Laura Beatriz Haslvanter que já foi atleta do Projeto Meninos do Lago de 2009 a 2015, o Capivara Cup foi uma experiência sensacional, pois mostrou para todos a evolução dos atletas em cada um dos fundamentos desejados nas pistas:
“Estou encantada com essa metodologia de trabalho. No princípio tinha minhas restrições pois nesse esporte não se repete as pistas. Nas provas oficiais, cada atleta pode fazer duas vezes a pista e depois muda. Entretanto esse objetivo foi alcançado nas “simulações” de provas que fizemos ao final do mês, aí sim com apenas duas descidas. Durante os três meses fizemos com que os atletas treinassem vários fundamentos que estão previstas em nossas apostilas, como remontas clássicas, reversa, forçada, com uma remada, em “s” clássica, em “s” forçada, enfim, todos os fundamentos foram inseridos nas pistas montadas pela equipe técnica. Os mais dedicados fizeram 20 ou mais tentativas para melhorar os respectivos tempos após a análise do fundamento que não estava fluindo bem. Resumindo, foi sensacional e o resultado dessa metodologia deverá ser refletida no Campeonato Brasileiro da 2ª Divisão”.
Para o atleta Nilson dos Santos Rodrigues, de 14 anos, os últimos três meses foram muito produtivos para o seu crescimento tanto na canoa como no caiaque:
“Esse Capivara Cup foi muito legal, havia uma disputa muito grande na categoria menor que é a minha. Estamos com 5 atletas no mesmo nível, hoje estou 0% mas ontem não era eu e amanhã poderei não estar em primeiro novamente. O segredo é treinar muito, muito mesmo. Não ficar reclamando ou procurando desculpas para seu fracasso e sim correr atrás para melhorar seu tempo nos treinamentos acertando os fundamentos que os professores nos ensinaram. O resto será consequência desses treinos”.
Gerson Terres de Oliveira Júnior, outro craque no IMEL, também ratificou as palavras do Nílson e disse que está sentindo pelo fato de ser um ano mais novo que os demais da sua categoria:
“Meus principais adversários estão com 14 anos e eu com apenas 13. Um ano faz muita diferença principalmente na força. Mas é muito bom para minha evolução que todos estejam andando bem. Antes eu reinava absoluto, era o primeiro do Brasil na categoria Infantil. Agora na categoria Menor as coisas complicaram para o meu lado, mas logo logo vou estar à frente novamente. Vou treinar muito para isso”.
Emilly Shara dos Santos venceu na categoria feminina e disse estar surpresa em terminar na frente de atletas muito mais experiente:
“Comecei na canoagem na piscina do Projeto Chute para o Futuro. Há menos de um ano fui transferida para o Canal Itaipu pelo professor Willian. Aqui sim é possível desenvolver no esporte e estou muito surpresa em vencer atletas experientes já consagradas no cenário nacional. Estou muito feliz com os meus resultados e vou continuar treinando cada vez mais para chegar ao topo do Brasil”.
Segundo os gráficos dos atletas, percebe-se que houve uma piora generalizada no último mês e a hipótese mais coerente que possa justificar essa involução seja a melhora técnica substancial do atleta 0% (melhor barco), segundo informou o coordenador do Projeto Argos Gonçalves Dias Rodrigues.
“De forma geral os gráficos sendo analisados de forma fria, demonstram uma involução técnica generalizada no último mês trabalhado que de forma alguma condiz com a realidade encontrada nos treinos. Todos os treinadores perceberam evolução significativa em todos os atletas no mês de agosto. O que explica então a matemática dizer ao contrário? A hipótese mais provável que estamos encontrando é a seguinte: melhora excepcional do atleta zero por cento. Essa melhora acentuada pode ser comprovada com a análise da participação do atleta sênior Patrício Leo Di Monaco, que sempre venceu todas as tomadas de tempos. Em junho estava a 8,2% do melhor barco da segunda divisão, em julho passou para 3,9% e em agosto a 2,2%”.
Essa tese ganha sentido pois um dos poucos gráficos que melhoraram foi exatamente do atleta 0% da segunda divisão. Além disso, se deixarmos de lado o atleta 0% da segunda divisão e pegarmos como base o segundo atleta, quase todos os demais atletas melhorariam suas marcas no mês de agosto. Outro dado que corrobora com esta tese é a seguinte questão: em junho o atleta 0% era Gabriel Balen e o segundo Gerson Terres a 2%, em julho o 0% já era o Nilson e o segundo o Gerson a 0,3%. O que desandou mesmo e mandou os gráficos para o beleléu foi o mês de agosto que o Nilson colocou 6,2% do segundo colocado.....